A mente moderna tem uma autoestima indignamente alta, ela é arrogante na crença de poder simplesmente “decidir” o que quer, depois fazer com que aconteça. No entanto, pensamos nas coisas que recaem fora de seu alcance: o fim do sofrimento desnecessário, a paz mundial, um planeta. Por que, em um mundo tão cheio de gênios, a sombra ainda espreita e causa tantos problemas?

Mas
há uma diferença entre a energia imaterial que é simplesmente mental e o
tipo que é espiritual. Hoje em dia, muita gente tem uma visão
presunçosa do poder da “intenção”. Mas, na verdade, como é dito em Um curso em milagres,
suas boas intenções não bastam. Para os alcoólatras, simplesmente
pretender não beber mais não funciona, apenas pretender ser um cônjuge
melhor não é o bastante, quando o necessário é uma mudança efetiva de
comportamento. No entanto, às vezes, a mudança de comportamento que se
faz premente não é fácil de realizar. Uma mera intenção de melhorar pode
ser sobrepujada pelo poder da sombra. A sombra pode superar nossas
melhores intenções e somente o amor pode superar a sombra.
O
amor é Deus e Deus é amor. Seja quando as pessoas O chamem pelo nome
“Deus” ou simplesmente abram mão de toda a resistência ao amor — e,
nesse caso, Deus está presente, mesmo que não seja reconhecido — o poder
divino do amor é o único grande o suficiente para banir o mal. Seja o
conhecimento de que alimentar mais crianças famintas do mundo é uma das
melhores formas de eliminar futuras ameaças terroristas, ou entregando
nossos defeitos de caráter para que Deus cure, pedindo que eles sejam
removidos, há uma deferência ao poder superior do amor, sem o qual não
podemos superar o poder do medo.
A
toca da sombra não está em sua mente consciente, mas em seu
subconsciente. Você não decide, conscientemente, tomar uma atitude tola.
Você não decide, conscientemente, dizer algo que fará seu cônjuge
odiá-lo. Você não decide conscientemente se embebedar no casamento de
sua filha e estragar tudo. “Foi o Diabo que me fez fazer” não é uma
noção tão chula quanto parece. Boas intenções fazem o Diabo rir. Mas o
que não o faz rir é a prece, a reparação, o perdão e o amor. Essas coisas o fazem ir embora.
O
que levanta a questão da religião. Se a religião é um condutor para o
amor divino, por que ainda há tanto mal à espreita no mundo, e mesmo em
nossas classes? Como foi que uma das maiores instituições religiosas do
mundo passou a abrigar pedófilos entre os padres? E a resposta,
obviamente, é que algumas religiões nada têm a ver com Deus. Na verdade,
a sombra — força energética oponente a Deus — adora brincar nos campos
da religião. Ela adora confundir e é definitivamente atordoante à mente
quando doutrinas ou dogmas baseados em amor, na realidade, são um
disfarce para a mais grosseira ausência dele.
Se
uma pessoa religiosa odeia, Deus não está presente. Se um ateu ama, lá
está Ele. Como está escrito em Um curso em milagres, em relação à frase
da Bíblia que diz: “Deus não deve ser escarnecido”, Ele não o será.
No
entanto, quando se busca o discernimento religioso, é importante não
jogar fora o bebê junto com a água da banheira. A raiz em latim da
palavra “religião” é religio, que significa “prender de volta”. A
religião verdadeira — seja no contexto de uma instituição organizada ou
uma espiritualidade mais universal — nos religa à verdade de quem somos,
ao amor em nosso âmago e à compaixão que cura. A única forma de superar
a sombra é nos tornarmos nosso verdadeiro self, e o que for preciso
fazer para chegarmos a esse lugar é, na essência, uma experiência
religiosa; para algumas pessoas, essa é uma experiência na igreja, na
sinagoga, na mesquita ou em um santuário; para alguns, essa é uma
experiência da natureza; para outros, é a experiência de segurar o filho
nos braços pela primeira vez. A questão não é o que nos leva à
experiência, mas o que nos acontece ao chegarmos lá. Algo muda dentro de
nós depois de regressarmos ao âmago de nosso ser, ainda que só por um
instante. Isso nos dá um gostinho do que é possível dentro de nós e ao
redor. Ergue-se o véu que encobre a realidade do amor, a extensão de nosso verdadeiro poder. Uma vez que estejamos realinhados com nossa natureza essencial, teremos o poder para fazer a sombra desaparecer.
Segundo Um curso em milagres,
“milagres ocorrem naturalmente, como expressões de amor”. Sempre que
nosso coração estiver aberto, a escuridão é repelida pela luz. Enquanto
isso — seja num remédio que não inclua uma perspectiva holística, uma
religião que não inclua amor, uma terapia que não inclua um poder
superior, ou um relacionamento que não inclua uma dimensão sagrada —, a
sombra irá pairar ao redor da porta, até algum momento em que o medo
apareça. Então, quando acontecer, ela penetrará por entre a escuridão e
fincará uma estaca no coração do sonho de alguém.
Marianne Williamson
Fonte: http://universonatural.wordpress.com/2014/09/12/sempre-que-nosso-coracao-estiver-aberto-a-escuridao-e-repelida-pela-luz/
Fonte: http://universonatural.wordpress.com/2014/09/12/sempre-que-nosso-coracao-estiver-aberto-a-escuridao-e-repelida-pela-luz/
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