terça-feira, 19 de maio de 2015

As Redes Sociais e o Culto à Imagem

Alberto e Wilson – Conscientização Plena






Nos dias de hoje, observa-se o fenômeno social de um desmesurado apego à imagem. Tal apego ocorre principalmente através das redes sociais, mediante a publicação de fotografias ou de vídeos pessoais. O denominado “selfie” virou uma obsessão para muitas pessoas.


Nesse contexto, sem dúvida alguma, a forma tornou-se protagonista sobre o conteúdo. A imagem – veículo de transporte da forma - ocupou o centro do palco e desempenha o papel principal. A própria palavra escrita, que sempre foi o veículo clássico de transporte do conteúdo, passou a servir muito mais à forma. Quais são os problemas que surgem com esse estado de coisas?


Primeiramente, há, no seio desse fenômeno, uma exaltação do ego para além do que se deve considerar razoável. Por quê?


Do ponto de vista místico, uma das coisas que devemos aprender durante nossa jornada evolutiva é exatamente o desapego ao ego. Com efeito, o ego nos deve servir como uma vestimenta necessária. Para que se possa explicar essa ideia, consideremos a seguinte simplificação: Possuímos um veículo físico de manifestação – o corpo – e um veículo psíquico de manifestação – o ego. Por analogia, do mesmo modo que não devemos confundir o corpo com nós mesmos, também não devemos confundir o ego com nós mesmos.




O ego é uma forma de energia. Como toda forma de energia, pode ganhar autonomia frente ao seu criador. Por conseguinte, devemos ter um cuidado especial para não permitirmos que ocorra um caso de criatura voltando-se contra seu criador. Querem alguns exemplos? Vocês já viram algum dos inúmeros programas de televisão dedicados às cirurgias plásticas? O que vocês acham desses programas? O que está verdadeiramente por trás desse tipo de programa?




Em especial, não devemos permitir que o ego caminhe à nossa frente, mas atrás e a serviço de nossa missão. O ego é apenas um instrumento posto a nosso dispor. Não permitamos que se converta em nosso senhor! Não devemos exaltá-lo, porque o ego tem uma característica intrínseca muito perigosa, qual seja, o ego é vaidoso. Em sendo vaidoso, deixa-se seduzir pela atenção que se lhe dedica. Bata que nos recordemos do mito grego de Narciso! Consequentemente, à medida que ganha exaltação ganha, também, autonomia relativa a nós.


Logo deixa de nos servir e passa a exigir que sirvamos a ele. Invertem-se os papéis, posto que deixamos que os verdadeiros valores do espírito fossem invertidos, i.e., postos de cabeça para baixo. O ego, assim como o corpo, terá valor na medida em que nos sirva de meio para atuarmos. No entanto, representará um desvalor se permitirmos que se torne um fim, ou melhor, o fim de nossas respectivas atuações na Terra.


Em segundo lugar, nesse processo de desvalorização do conteúdo frente à forma, vem a comunicação instantânea. Trata-se de uma comunicação instantânea que depreciou o conteúdo das palavras. Quando não deformou, por completo, a própria forma da palavra, como, por exemplo, no caso do riso fácil ( que passou a ser expresso pelas letras “kkk”), retirou significado do texto. Transformou a maior parte dos textos em peças fúteis de comunicação sem sentido.


São comunicações instantâneas que não agregam nada à vida da pessoa, mas, tão-somente, tomam seu tempo numa distração fácil e passageira. E, de certo modo, viciam as pessoas, que se tornam dependentes dessa forma de comunicação. Quando, por alguma razão, vêem-se privadas da possibilidade de se comunicar por escrito usando o celular, as pessoas reagem como se estivessem experimentando uma espécie de síndrome da abstinência. Nesse contexto, houve um processo de depauperamento do conteúdo das palavras escritas, isto é, ocorreu um processo coletivo de tornar pobres as palavras que usamos para nos comunicar.


Artigo retirado do site: Conexão Espiritual  
Imagem retirada do site: Partes

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