Todos nós temos pelo menos duas imagens: uma real, que é o
somos de fato; e outra idealizada, aquela que sonhamos ser. Em muitos casos
elas não estão de acordo, em outros, existe um abismo intransponível entre cada
uma. Pela distância entre elas, algumas pessoas não suportam sua essência real,
que se julgam medíocre e, através de mecanismos de defesa, tentam calar seu
verdadeiro eu.
Os
arrogantes são pessoas com uma autoestima jogada na fossa. Não tem o mínimo de
amor-próprio, autorrespeito zerado e autoconfiança no negativo. No entanto,
para se apresentar para a sociedade não podem expor sua insignificância. Então,
a angústia e o desvalor de ser quem é se transforma em altivez, em orgulho, em
superioridade mascarada. Um disfarce para esconder seus verdadeiros sentimentos
de baixa autoestima. Uma neurose acentuada característica de alguém que
acumulou frustrações na forma de um ódio para consigo próprio.
O prepotente é aquele que usa do
poder para satisfazer suas vontades e caprichos pessoais. Muitos arrogantes são
pretensos prepotentes. Quando precisam alcançar uma posição de superioridade,
como no trabalho, podem se apresentar como bajuladores puxa-sacos (denunciando
sua posição inferior) ou como um servidor-militante que rompe com os
semelhantes justificando por sua causa
maior. Se chegam ao poder desejado, estabelecem um poder coercitivo, baseado no
temor imposto pelos liderados. A legitimação de um cargo superior é o
certificado da prepotência para o arrogante.
Os teóricos da Administração
contemporânea compreendem que a liderança não é um cargo, é um fenômeno social
expresso a partir das características subjetivas do líder. Assim, por mais que
tenham posição social ou institucional elevada, os arrogantes e prepotentes
nunca conquistarão para si a imagem idealizada de superioridade de fato e se
sustentarão na fachada postiça de um prenome.
Ulisses Nascimento
Psicólogo
CRP-02/15.389
Conteúdo retirado do blog Psicologia na Nossa Vida
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